Como classificar a cidade do Eduardo como Rural...

Abaixo alguns fatos que PROVAM que ela é do interior. A maioria, verídicos, claro.

1. Aqui todo mundo anda no meio da rua, não respeitam faixa de pedrestes e, se forem atropelados ainda reclamam
que “filho de pobre não tem sorte“.

2. A alta burguesia usa chapelão de fazendeiro (até mesmo por que a alta burguesia de uma cidade do interior na
maioria das vezes são fazendeiros) e um adesivo do Gilvan e Gilmar na caminhonete cabine dupla toda suja de barro
da trilha da roça.

3. O único programa para o fim de semana é assistir TV na casa da tia que faz galinhada no sábado. No domingo
é ir na missa das sete e depois ir para a praça comer pastel.

4. Uma fofoca tem uma repercurssão maior e mais rápida do que uma bomba atômica.

5. Não existem leis de trânsito. Andar na contramão, furar sinal vermelho e dirigir bêbado e menor de idade é normal. Se buzinar para um desses tipos é morte na certa. Ou duelo de facas no meio da rua.

6. A rotatória. Aqui ninguém conhece a tal da rotatória, tanto que as páginas em que elas aparecem no livrinho da auto-escola estão rabiscadas. Nem os instrutores sabem explicá-la. Diz a lenda que o último que tentou decifrar o enigma da rotatória morreu com uma placa de “Dê preferência” enfiada no lugar menos preferível. O tráfego em uma rotatória aqui é lento e difícil. Todos param ao mesmo tempo. E todos tentam sair ao mesmo tempo. Ninguém sabe quem vai primeiro. Por isso as rotatórias estão abolidas aqui desde a década de 80. O último indício de tráfego em uma rotátoria que se tem sinal aqui, dizem que o motorista nunca mais foi visto. Medo.

7. Intrometidos. Todos são. Não podem ver um amontoado de gente que já vai lá xeretar. Quando tem acidente, dá tanta gente em volta que nem o pessoal do socorro consegue agir. E pior, ninguém ajuda as vítimas. Só olha, fica espantado, pega o celular comprado na promoção e liga para todo mundo. E há alguns que chegam em casa e colocam na frase do MSN “Presenciei um acidente horrível, tô chocado!” só para todo mundo perguntar pro intrometido o que que houve.

8. Fato verídico: o cinema da minha cidade é o mais atrasado de todos. Hoje que foi chegar aqui MADAGASCAR. Puta que pariu. E o pior é que dá gente. Antigamente era a alegria dos jovenzinhos ir ao cinema da cidade soltar bombinha, gritar e atrapalhar os que tentam ler aquelas legendas horríveis e trêmulas. Hoje em dia nem dá tanto movimento por causa da maldita inclusão digital e a facilidade deu baixar um filme na internet. E é isso que o dono do cinema vai fazer também.

9. Falar puxado e feio é típico. E somos obrigados a ouvir os comentários idiotas de nossos parentes da cidade grande: “Esse é meu PRIMIM do INTERIORRRRRRRR.”

10. Terminar o ensino médio e ir para a metrópole mais próxima fazer faculdade é fato. O complicado é ir para a cidade grande e ser rejeitado pelos colegas-cult. O interiorense para se adapatar é difícil. Não sabe pegar metrô, não sabe viver sem pão-de-quejo, e conta cada causo da sua cidade que tira todo mundo de perto dele. Interiorense morando em cidade grande é um caos.

11. Aqui somos os reis das abreviaturas. Por exemplo: primeiramente, uma sensação de espanto seria gritada assim:
NOSSA SENHORA! Daí diminuiu para somente NOSSA! Depois de um tempo foi para NÓÓÓÓ! E finalmente, no grau máximo da evolução: NÚÚÚÚ!

12. O sonho de todos aqui é comprar uma moto. Pode ser uma 100 cilindradas ano 93, mas é bom. Significa status. É um grau acima dos pobres mortais da cadeia hereditária de poder. Cara aqui arruma emprego só para financiar a motinha em 72 vezes. É uma locura. Há casos de pessoas que até ficam sem comer para pagar a prestação da moto.

13. Moto aqui é mais praga que pardal e pomba. Sinaleiro fechado parece uma concessionária da honda. A últma estatística feita deu 6436 motos para cada pneu de carro. É uma loucura. Isso compromete mais ainda a integridade física da população, uma vez que os motoqueiros em sua maioria são mal educados, egoístas e pouco se importam com leis de trânsito e da física. Se acham os super-homens e os “the flash“. Empinam a moto no centro da cidade, dão “babalu“, cantam pneu e fazem borrachão. Isso dá poder aqui.

Bricadeira Ed, vi esse texto na net e me lembrei de você, abraços a todos

Guilherme Esteves